Saturday, April 30, 2005

É obra!

Pois bem, hoje vou falar de duas coisas... Ambas importantes, mas cada uma à sua maneira!
Então, afinal sempre consegui atingir os tão desejados 500 visitantes no meu blog!! Estou tão contente de ver que as pessoas voltam para vir ver se actualizei isto, e se temos mais textos...
E mesmo fixe :) ehehe...
Bom, e o que é que vou falar MESMO hoje... Todos nós temos, ou tivemos avós... Eu actualmente só tenho um avô vivo, no entanto, conheci todos os "outros" avós... E é deste meu querido avô que eu vou falar hoje.
Ele chama-se Henrique de Senna Fernandes e é o maior homem do mundo! É um advogado, embora já esteja reformado, ainda trabalha, e é também um grande romancista.
Nasceu no dia 10 de Outubro de 1923, em Macau e tirou o curso de direito em Coimbra, Portugal.
Foi professor de história (o melhor deles) na Escola Comercial (a actual Escola Portuguesa de Macau), e foi subindo, até que chegou a director da escola e agora está no topo dos topos desta parte da sua carreira, impedindo-o, para sua infelicidade, de ensinar.
Alguns anos passaram e mais tarde conheceu a minha avó (e vão me desculpar, mas não sei a data em que se conheceram ou casaram...). E é do romance deles que surge o maior, e mais conhecido livro do meu avô: A Trança Feiticeira. No caso da minha avô não foi a sua trança, mas sim o seu mágico sorriso. Aquele sorriso ganha vida, ainda que seja numa simples fotografia, ou até mesmo num quadro, e sei isto, pois sempre que vejo a minha avó no quadro que temos aqui em casa ou nas fotografias, aquele sorriso parece que se move... Parece que te sorri quando estás feliz, que se entristece quando estás triste e tenta te reconfortar... Parece até que fica zangado contigo quando fazes alguma coisa de errado!!!
Casaram-se e tiveram quatro filhos: Maria Luísa (minha mãe, também conhecida por Marina, outra história que podia contar, embora não se tenha nada a dizer...), Miguel Henrique (meu tio e padrinho da minha irmã), Vasco (o meu tio médico, que está no Brazil) e Filipe (o meu padrinho!). Ah! E esqueci-me de acrescentar, a minha avó já tinha uma menina, a minha querida tia Cristina! (desculpe-me tia, não foi por mal não ter mencionado o seu nome logo de início...)
Henrique de Senna Fernandes, o meu avôzinho, escreveu, salvo erro, quatro livros e está agora a a escrever o seu quinto, e ainda tem outro livro na manga, que ainda não acabou... Eles são: Contos de Nam Van, Mong Há, Amor e Dedinhos de Pé e A Trança Feiticeira.
Infelizmente, não existem livros nenhuns dele em Portugal, embora eu esteja farto de dizer que ele devia tentar re-editar A Trança Feiticeira, pois aquele livro venderia de certeza...! É tão lindo... É fantástico ter um avô professor de história, um avô escritor e um avô amigo, tudo numa só pessoa!
Enfim, a mensagem que eu queria passar era que só sentimos falta dos nossos avós quando eles começam a "desaparecer"... Muitas vezes esta "coisa" do ciclo da vida é tão irritante... Enfim, amem os vossos avós enquanto podem, mimem os vossos avós, porque avós só temos 4, embora possamos considerar também avós os da parte dos do padrasto ou madrasto, o que totaliza em 6 avós e melhora a perspectiva... LOL :)
A história não tem muito que se diga, é simples, é para te dizer avô que gosto muito de ti! :)
Bom, fico-me por aqui, e em breve devo postar mais qualquer coisa, dêm-me tempo porque entrei na época de testes agora... :

Fiquem bem pessoal!!

PS: Obrigado mais uma vez por comentarem e visitarem o blog, e deste modo ter atingido os 500 visitantes!!! :)

Monday, April 11, 2005

O Telefonema - Luís Fernando

"- Bom dia... Estavas a durmir?" - telefonou-me a Sónia às 10 da manhã.
"- Bom dia...! Estava, mas não faz mal, já tinha saudades tuas...!" - disse eu, ensonado
"- Era só para te dizer que está tudo bem comigo. A minha tia introduziu-me ao componês que trabalhava lá na quinta dela... Parece que ninguém sabe que eu e tu estamos a namorar... É estranho... Enfim, estou-me a divertir imenso! E tu, Luís? Que tens feito nestes dias?" - disse ela, toda animada
"- Está tudo bem, tenho jogado à bola, pensado em ti... e sentido muito a tua falta...!"
"- Oh Luís! Porque não sais com os teus amigos? Vá lá Luís, não é assim tão mau!! Anima-te!!" - disse ela, e que por mim, pareceu-me fria e insensível
"- Pois, vou tentar amor... Mas tenho tantas saudades tuas!!"
"- Não penses muito nisso... Bem eu tenho de ir... O Joaquim está lá em baixo à minha espera!"
"- Espera lá, quem é o Joaquim?! E quando é que voltas?" - disse eu, espantado
"- É o camponês da minha tia... Aquele que te falei à pouco... E devo voltar para a semana!! Tenho de ir Luís! Beijinhos!"
"E desligou o telefone.
"Fiquei perplexo com o telefone, porque, para ser sincero, já não sabia se ela sentia o mesmo amor que sentia... Mas será que não estarei a exagerar? Será que não ando a inventar histórias na minha cabeça??
"Ela pareceu tão distante e tão fria...! Não sei como não pensar nisto...

"Fui tomar um banho e decidi sair, não queria ficar mais um dia a estudar, estava farto de estudar... Aliás, estava ou não de férias?!
"Chamei o David para irmos ao café, visto que queria contar-lhe sobre este telefonema... Ele era o meu maior amigo e tinha de saber a sua opinião.
"- Sim, podemos ir, mas pergunto-te se não te importas que traga uma prima minha... Ela é nova por cá, mudou-se à pouco tempo... Não há problema?"
"- Não... Podes Trazê-la..! Na boa!"

"No café, David apresentou-me à sua prima:
"- Luís, esta é a Nicole. Nicole, este é o Luís."
"- Olá, prazer em conhecer-te!" - dissemos os dois ao mesmo tempo
"Nicole era uma rapariga de média altura, com longos cabelos castanhos claros e brilhantes, olhos com uma côr de mel vibrante e um sorriso muito belo.
"Sentámo-nos e começamecei a perguntar coisas à Nicole:
"- Então, e quando é que vieste para cá? Estudas na nossa escola?" - perguntei eu
"- Sim, mudei-me à pouco tempo, vivia em Cascais. Tenho a mesma idade que vocês os dois e estou na vossa turma!" - disse ela, rindo-se.
"- Oh! - exclamei espantado - Que fixe!! Então estou a ver que podemos ter aqui uma grande potencialidade a juntar-se ao clube de futebol?"
"- Como soubeste que ela adorava futebol??" - disse David espantado
"- Ahh.... Adivinhei?" - disse, e ri-me

"Ficámos a conversar, e acabei por contar o que se tinha passado com a Sónia.
"- Não acho que seja muito preocupante... Espera e vê, quem sabe se não é uma coisa tão simples como uma amizade??" - disse David
"Nisto, Nicole começa a falar:
"- Desculpa lá meter-me no assunto... Eu sei que acabei de te conhecer, mas acho que deves tomar cautela com a Sónia. Não estou a dizer que ela te tenha traído, pode ser uma possibilidade... Mas não é uma certeza... Não tomes decisões espontâneas com ela, visto que não tens certeza de nada, nem muito menos provas."
"Ela tinha razão, e ouvi mais a opinião dela, do que a do David, porque ela era uma rapariga, e acho que ela saberia dizer melhor o que se passava comigo e com a Sónia.

"Ficámos a tarde toda a conversar, e foi quando me dei conta das horas que adivinhei que ia ouvir um sermão dos grandes da minha mãe:
"- Onde tens andando?! Que fizeste?! Podias ter dito alguma coisa não é?!" - pensei eu a adivinhar o sermão
"- Meu deus! - disse eu olhando para o relógio - Já são quase 8 da noite!! Tenho de ir andando!!"
"Despedi-me deles e corri para casa. Afinal, este dia até que foi giro, tive o triste telefonema da Sónia, mas conheci uma nova pessoa e acho que também fiz um novo amigo!!"


PS: Ideias para o Luís são sempre bem vindas!! :D Espero que gostem do desenrolar da história. :)

Monday, April 04, 2005

Orquidea da minha vida


Foi num dos meus passeios durante a Primavera que eu a conheci, a mulher da minha vida, aquela que eu sonhara nas noites frias de Inverno.
Certo dia, decidi passear pelas ruas do Recife. Fui vendo as lojas, os restaurantes, as pessoas a passear. Enquanto olhava para dentro dos cafés reparei numa senhora, com delicadas mãos a limpar as mesas. Pensei que fosse uma empregada como todas as outras. Até que vi aquelas duas esmeraldas. Duas esmeraldas belas como flores, flores essas que floriam com toda a sua força numa Primavera fresca! Era ela, a minha mulher! Soube desde o momento que a vira que a conhecia!
“- Tem de ser ela! Tem de ser!!� – dizia eu para mim
Entrei no café e pedi-lhe um café. Ela olhava-me nos olhos e eu forçava o meu olhar, não queria deixar de ver aquela beleza, no entanto, sentia o meu coração a rebentar de tanto desejo, tentado-me a desviar o olhar!
Quando me entregou o café pensei que pudesse ser um pouco rude se começásse a fazer muitas perguntas, visto que ela nem me conhecia. Mas pensei que o nome não seria muita coisa.
“-Desculpe interromper o seu trabalho, minha senhora, mas... Como se chama?� – perguntei eu, à espera da resposta mais brusca, mais rude.
“-Chamo-me Ana.� – respondeu ela com a voz mais doce, doce como o mel.
“-Ana, Ana, Ana...� – repetia eu para dentro, como uma abelha a seguir o pólen das suas flores.
Logo que acordei do hipnotismo daquele nome, daquelas esmeraldas, daquela voz, reparei que Ana já voltara ao seu trabalho. Entristeceu-me, pois nem sequer cheguei a apresentar-me.
Quando acabei de beber o café agradeci-lhe, e apresentei-me.
“- Desculpe-me por ter sido tão rude consigo. Não tencionava ser grosseiro ao estar a perguntar-lhe o nome sem me apresentar. Chamo-me João Roberts.� – disse eu, tentando a minha sorte.
“- Não se preocupe comigo, eu sou uma simples empregada de café, todos me perguntam o nome, e todos se vão embora, deixam de aparecer, e eu fico sempre aqui. Mas isso são preocupações tolas.� – disse Ana, baixando a cara, para voltar a limpar as mesas.
“- Desculpe-me, mas a senhora parece não gostar da sua vida! A senhora é, permita-me dizer-lhe, muito bela!� – disse eu e entusiasmado com o corar das faces dela.
“- Agradeço a sua preocupação, no entanto, tenho imenso trabalho por fazer. Volte sempre, senhor Roberts.�
“- Senhor não. Trate-me por João!� – disse eu, sorrindo.
“- Então, volte sempre João!!� – disse ela, sorrindo, e voltou para o seu trabalho.Saí do café e fui para casa. Tinha de pensar no que se estava a passar. Se era ela mesmo, eu tinha de saber como falar com ela, mas sem a assustar.
“- Tenho de lá voltar!!� – dizia eu todo entusiasmado – “Tenho de a conhecer, mas eu sei que a conheço, eu sei que ela me conhece!!�
No dia seguinte aprontei-me para lá ir tomar o meu café e voltar para casa com mais uma resposta.
Cheguei ao café e lá estava Ana, a limpar as mesas, a preparar a máquina de café. E mal entrei, olhou para mim e sorriu.
“- Olá João! Boa tarde. Quer um café?� – disse ela toda entusiasmada
“- Olá Ana, boa tarde. Não, hoje não quero café. Hoje quero falar consigo!� – disse, com o tom mais simples e honesto que conhecia.
“- Bom, eu ainda não acabei o meu trabalho, mas devo acabá-lo dentro de uma hora...� – disse ela, e com um sorriso que ainda não entendia, um sorriso mágico.
Fiquei numa mesa a pensar o que iria lhe dizer, o que iria perguntar, mas de repente pensei:
“- Que tolice! Isso depois vê-se!!�
Passou-se simplesmente trinta minutos, e já estava ela pronta:
“- Então de que queres falar?� – disse ela toda entusiasmada de já não ter de estar a fazer o seu trabalho.
“- Qual é a tua flor preferida?� – perguntei eu
“- A minha flor preferida é sem dúvida alguma a orquídea. Adoro orquídeas! A combinação daquele roxo com o branco nas pétalas é realmente lindo!� – disse ela com um sorriso – “E que faz um senhor como o João?�
“- Sou um empresário. Gero uma das grandes empresas de textéis do Brasil. Acredito que isto das engenharias textéis sejam o futuro!� – disse entusiasmado.
“- Que engraçado! Deve ser tão entusiasmante ver novos padrões a serem criados! Eu pessoalmente crio imensas coisas. Adoro fazer padrões, tanto para roupa como para azulejos.�
“- Isso é muito interessante!! Tem aí algum dos seus trabalhos? Estou muito interessado em ver as suas criações!!�
Ela apontou para a parede e vi lá o quadro mais bonito que alguma vez tinha visto. Era uma combinação de roxos com brancos, verdes com vermelhos, todos a desenharem flores, num tom leve e suave, mas ao mesmo tempo que chamasse imensa atenção, estava realmente espantado como ainda não tinha reparado naquela beleza!
“- Estou perplexo!� – e realmente estava – “É fantástico Ana!! Nunca pensou em ir vender os seus trabalhos?! De certo que conseguiria bom dinheiro!!�
“- Pois...� – disse ela, e observei como ela corava. Como ela era bela quando ela corava – “Mas o meu sonho é abrir um café meu. E chamar-se-ia Espaço e horas, que é que acha do nome?�
“- É interessante, e chama atenção... Mas porquê espaço e horas?�
“- O Espaço e horas refere-se ao tempo e ao espaço que um artista precisa para se inspirar, e o café seria devidamente decorado a criar determinados ambientes, com cheiros, com cores... Tudo que permita a inspiração para a criação, quer ela seja artística ou outra coisa!�
Ficámos a conversar horas a fio, nunca tinha falado tanto com uma pessoa, e tão bem. Realmente achava que ela podia ser o anjo com quem sonhei!
No dia seguinte trouxe-lhe um ramo de orquídeas e quando entreguei-lhe pela primeira vez o ramo, Ana simplesmente delirou!
“- João! Como foste capaz?! Eu não queria que gastasses dinheiro comigo!!� – ela estava realmente estupefacta – “Ai, desculpe-me João, já lhe estava a tratar por tu. Desculpe-me.� – e baixou a cara
“- Meu Deus, Ana, trate-me por tu se quiser e deixe de se desculpar!!� – e levantei-lhe a cabeça e olhei para os seus olhos – “A senhora é tão importante quanto eu!�
“- Pronto, eu trato-te por tu, mas também tens de me tratar por tu...� – disse ela
“- Tens tempo? Depois podíamos ir ao parque. Está um dia lindo. E queria mostrar-te uma coisa...� – disse eu, esperando que ela aceitasse o meu convite.
“- Ainda não acabei o meu trabalho, mas se me deres trinta minutos estarei prontíssima!!�
Quando ela terminou o seu trabalho, corri para o parque da cidade com ela, e pedi que ela me seguisse e que fechasse os olhos:
“- Eu guio-te! Vais gostar!!� – repetia eu
“- Está bem.� – dizia ela
Quando chegámos ao local especial que encontrara disse-lhe:
“- Abre os olhos!�
Ela abriu a boca de espanto, abriu os olhos de tanta alegria, sorriu com toda a força que alguma vez tinha visto! Era aquele sorriso mágico que me tinha dado!
“- João!! Como é que descobriste este sítio??! Como?! Estas orquídeas são... São as mais belas que alguma vez vi!!!�
“- Ana, amo-te. Daí que encontrei estas flores, porque flor mais bela do que tu, não existe! És simplesmente única! És a vida do meu coração!� – dito isto, baixei a cabeça e pus as mãos à boca, nunca deveria ter dito tal coisa.
“- Não sei que te dizer, apenas que esse sentimento é mútuo, eu amo-te, soube desde o momento que me perguntaste o nome, desde o momento que falaste comigo!�
E beijámo-nos, naquele campo lindo de orquídeas, com um céu límpido e com um sol forte, como se exaltado pela nossa alegria!Aquela tarde tinha sido realmente a mais marcante. A mais bela. A mais mágica. Éramos mesmo feitos um para o outro.
A pouco e pouco fomos juntando dinheiro para o a criação do seu café. Eu pensava casar-me com esta mulher. Amava-a do fundo do meu coração. Toda a minha vida procurara este ser. E encontrara-o. Sentia-me feliz por tê-la encontrado.
Passaram-se vários meses desde aquele dia em que nos beijámos, e ainda nos amávamos, e talvez mais do que antes. E já tinhamos quase todo o dinheiro para o Espaço e Horas, o que alimentava ainda mais o nosso orgulho.Todas as manhãs aprontava-me para a poder ver. Adorava falar com ela. Adorava estar com ela. Ver aquele sorriso completava-me o dia.
Certa tarde de Outono, fui ao café para a ver e quando lá cheguei, ela já estava pronta para passear, mas desta vez, com uma cara um pouco triste.
“- Que se passa? Pareces triste...� – disse eu, preocupado.
“- Não é nada... Não te preocupes..� – e sorriu
Sentámo-nos numa das mesas do café e olhei para ela, para aqueles olhos verdes:
“- E onde queres ir hoje meu anjo? Vamos ver o céu? Vamos ver o lago? Vamos ver as flores?�
“- Hoje tenho uma coisa para te dizer, espero que não te zangues, mas acho que deves saber isto antes que...� – e não terminou a frase – “ Vamos para o parque, aqui é muito dificil falar.�
Andámos pela cidade, e chegámos ao parque, não falámos uma única palavra, apenas sentia a minha mão ser mais e mais apertada por ela, como se não me quisesse largar. Depois de sentarmo-nos num dos bancos do jardim, ela continuou:
“- O que te queria dizer era que não posso estar mais contigo.� – fiquei petrificado – “O meu pai forçou-me a casar-me com um homem que nem conheço, e estamos noivos ainda antes de te ter conhecido! Eu amo-te muito, muito mesmo e não sei o que será de mim sem ti, mas amanhã parto para Peru, é lá onde me vou casar, e conhecer esse mesmo homem.�
Não sabia o que dizer, foi como que se arrancassem o ar dos meus pulmões.
“- Ana, eu amo-te...!� – era o que sabia dizer – “Amo-te tanto que não posso ficar aborrecido! Se este é mesmo o nosso último dia juntos, então vamos viver como se fosse o primeiro entre muitos! Amo-te Ana! Amo-te!�
“- João... T-tu não ficas aborrecido comigo? Pensei que ficasses mesmo muito zangado!!� – disse ela feliz – “Amo-te tanto João!!!�
Entre lágrimas e risos, beijámo-nos, com um sabor de saudade e despedida, mas como se fosse o primeiro amor das nossas almas.
No dia seguinte fui ao cais vê-la partir, embora tivesse-lhe prometido que não iria vê-la partir, pois seria mais dificil para os dois.
“- JOÃO!� – gritou ela logo que me viu, e correu para mim – “João, tu prometeste-me que não virias!!!�
“- Não pude deixar de te ver... Amo-te Ana, e quero que tentes ser feliz! Eu vou tentar!!�
“- Amo-te muito João!�
Beijámos pela última vez, e vi-a partir. Tinha o coração despedaçado. Tive de largar o meu único amor, a minha alma.
Passaram-se mais de 40 anos e nunca tive uma única notícia de Ana. Tenho saudades dela, e amo-a mais do que tudo... Mas a vida continua e hoje, vou a Peru.
Amo-te minha orquidea.


PS: Espero que gostem desta história. Esta história é puramente fictícia
PPS: Obrigado por visitarem o blog e por comentarem nele, e mais uma notícia: Aguardem pelo Luís... Ele vai voltar... Mas a pergunta que vos coloco é: Como?

Saturday, April 02, 2005

Patetices de um miúdo de 15 anos

"-Eu sei que é verdade! Eu sei!"
"-Como é que sabes?"
"-Disseram-me..."

Típica coisa que muitos seguem. Tem-se a máxima certeza de tanta coisa, mas nunca chegamos a "sentir" a coisa, o assunto, a "ver" o sentimento que estava presente...
Ontem tive uma conversa bastante interessante com a minha amiga, e ela fartou-se de dizer que eu tinha imensa certeza de tanta coisa, e quando me perguntou como é que sabia, eu respondi que me tinham dito. Eu sou um miúdo, e achava que estava a aprender a ver as coisas no meu mundo, deixei de absorver a informação que me davam... Mas vi que era mentira... Afinal, não cresci, ainda sou aquele miúdo, aquele gordinho que faz tudo o que lhe dizem, e que é inseguro de si, porque é gordo e sente-se feio.
Acho que é algo que nunca perdi... Nunca deixei de ter esta estúpida insegurança...! Procuro desesperadamente atenção de alguém! Dum amigo, dum familiar, de alguém... Mas quando reflicto sobre o assunto, vejo um estúpido à procura do que já tem... Eu tenho uma mãe que me ama, uma irmã que adoro, amigos que sinto orgulho de dizer e apontar "Aquele é meu amigo!!", mas... ainda me sinto feio e gordo... E sei que não sou gordo, eu sei... Mas então para quê esta insegurança?? Porque é que dizem que eu sou muito maduro, quando eu acho que não sou? Porque é que sou tão convencido? Porque é que eu sou eu e não ele?? Porquê?
É estúpido estar a falar disto, mas eu achava que podia perder algum dos meus amigos... Mas cheguei à conclusão que não! Está tudo igual! Existe esta distância, mas estou lá, com eles, no coração! Mas o que me irrita mais, são aqueles que só mostrarem que apreciavam a minha amizade quando cá cheguei, quando não estava com eles... Irrita-me, poque num diário que tinha, disse que essas pessoas não queriam a minha amizade, quando mais tarde soube que eles podiam precisar de mim, que sentiam saudades minhas... Mas isso foi o que me disseram. Não sei, porque não estava lá!
Pelos vistos esta estúpida insegurança já vem de muito novo... E acho que nunca passou... Que se passa comigo? Estou feliz, mas questiono isto tudo, não entendo... Porque tenho de ser tão estúpido?? Porquê?? Questiono se estou a caminhar no norte certo, se sigo o que devia seguir, questiono porque tenho medo de fazer tanta coisa, mas mostro que sou muita coisa que não sou! Disseram que tinha sido corajoso por ter deixado os meus amigos e vir para esta terra que já não conhecia... Mas coisa que não tenho, é coragem para muita coisa.
E agora entra o conflito na minha cabeça:
Digo que sou fraco, mas algo me diz que não sou.
Digo que sou feio, mas algo me diz que não sou.
Digo que sou cobarde, mas algo me diz que não sou.
O que é que é certo? O que é que é errado? Como é que eu sei que fiz a coisa certa? Porque é não sabemos tudo duma vez só? Porque é que mesmo quando as pessoas dão-nos conselhos, eu não sei usá-los?! Porquê?! Apetece-me gritar da raiva que tenho contra mim próprio, mas quando alguém ler isto, vão dizer que são patetices dum miúdo de 15 anos... E acho que é isso mesmo que sou... Um pateta, que se preocupa com coisas tolas!
Queria voltar a ser um miúdo, nem que fosse um único dia, para que a mãe me desse carinhos, a mãe me desse toda a atenção do mundo, brincasse comigo com aquela toalha de mesa. Mas quando penso bem, eu tenho a atenção dela. Existem pessoas que nem mãe têm, ou se têm, não têm uma mãe que se preocupe com eles, que cuide deles.
Enfim, patetices de um miúdo de 15 anos.

PS: Peço desculpa por me demorar tanto a escrever neste blog... Apenas não tenho tanta coisa para dizer, ou para comentar. Mas esta semana prometo que escrevo de novo! Obrigado por visitar o meu blog, e por isso, ter completado os 200 visitantes.